sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Alguém...?

São tantos fatos pra se pensar
As memórias que bombardeiam
Os bombardeiros que desaguam
A fome que não passa
E a contínua retórica apenas persiste em cada ato
Alguém escuta?

E tudo fica escuro ou claro de repente
Em uma questão de 24 horas
Tudo passa girando, rodopiando, arrepiando
Se vão carros, pessoas, vidas, amores...tudo
Sem pena ou consenso, descanso...pedido?
Alguém vê?

É como uma confusão, mental ou física
Planar ou fora dos planos, ajuizada ou...não
É a vontade de olhar pra trás e tentar ver algo
Até conseguir encontrar, as vezes é possível
Mas não se prenda a isso, não mesmo, “feche os olhos”...ok?
Alguém sente?

E amanheceu de novo, parece até mentira
Mas é verdade, olhe a janela, entra luz
Um pouco, um único filete sobre seus pés
Já basta, já é suficiente, dá para sonhar com isso, sabia?
Consegue dar um passo agora? Isso, faz bem
Alguém?

Aquelas perguntas egoístas...
Alguém mais sente? Vê? Escuta? Alguém?
E sim, todos, na mesma frequência, em coros diferentes
Existe sim o fim de tudo isso, não é longe, nem perto
É certo, entre o ponto cego da razão e o da loucura
Alguém estará lá sim...

domingo, 17 de janeiro de 2016

Cacos

Se existe algo que aprendi nestes últimos versos
É que somos divididos em milhares de pedaços
Talvez exatamente para que ao fim de tudo
Pudéssemos pegar cada um deles e nos reavaliar

Em cada pedaço é como se pudéssemos nos ver
Nos ver em partes pequenas e que geralmente não vemos
Partes que só vemos quando derrubadas ao chão,
Quando fazem barulho ao cair

Imagine como um espelho quebrado em milhares de cacos
Feitos exatamente para quando nos abaixássemos para limpar
Pudéssemos nos enxergar em milhares de faces diferentes
Milhares de seres vagando em um único maior


E nesta reunião dos milhares de “eu”
Os pedaços se juntam novamente, prontos
Imediatamente preparados para caírem novamente
Dar inicio a nova quebra e ao novo levante