terça-feira, 16 de novembro de 2010

Lamento Severino

Povo que sofre,tão remido pelas suas crenças
Povo que mata pra não morrer nas dores de suas angústias
Que amanhece em sua terra natal e dorme no outro lado do mundo
Povo que merece meu respeito e algumas palavras de consolo

Sua arte é a resposta para vida,seu canto, belo nos ouvidos de sua natureza
Povo que sofre da realidade em que nasceu pra sofrer
Que foge da foice pra sobreviver,mas que dela utiliza pra se sustentar
Que morre sem medo,que vive doente durante o sol,mas que se cura quando o dia acaba

Que todo ato de preconceito meu seja castigado pelos seus deuses
Hoje aprendo a respeitar tal dor e estupro que essa maioria sofre
Maioria que foge da morte para quem sabe conseguir mais alguns dias de vida
Que se corta até o ultimo espinho da flor da flora que o sustenta

Quando o sol nasce,cada um sai de seu esconderijo
Cada um,mata,morre,soa,ganha o pouco,vive o muito
Faz seu carnaval com algumas notas de seus instrumentos pálidos
Mente estar satisfeito com seu trabalho,estar alegre pelas dores

Mistura de suor dos dias que corroem seu corpo,que machucam sua alma
Com a alegria de gritar que ainda vive,que deseja um dia parar de sofrer
De andar por entre os tais falados “sois da liberdade”  que brilham no céu da pátria
Mas o sol que esse povo conhece  ,é aquele que queima suas cabeças todos os dias

domingo, 14 de novembro de 2010

Seu olhar

Azul cor infinito,assim eram seus olhos
Valsavam a minha frente,brilhavam radiante
Mas em uma noite pude ver o medo neles
Seu nome será para todo o sempre céu

Talvez castanhos,seria esse a cor deles?
O castanho tão comum nos olhares alheios
Mas o brilho e a impaciência do seu olhar o diferenciam
Será sempre minha moça dos olhos castanhos

Quando sol coloriu eles consegui ver algo negro
Negro,esta sim era a cor dos seu olhos
Tanto mistério,tentativa de esconder seus segredos
Serás minha dama dos olhos cor “trevas”

Verdes,sim,iluminavam meu luar mais uma vez
Agora tenho certeza da tonalidade de seus olhos
Tão claros e meigos,algo místico porem real
Será minha prometida dos olhos cor "claro"

Eram brancos,alvos mais que a neve
Puros,tão belos que exalavam justiça
Verdade,mostravam força e a simplicidade da cor
Serás para todos os olhares minha vista para a paz

Cego,estes são meus olhos
Que ao menos lembram a tonalidade de sua face
Ao menos consegue mentir que se lembra de pequenos detalhes
Será para toda a eternidade cegos
Mas continuarei para todo o sempre minha busca
Pela cor do seu olhar tão comum

Talvez vermelhos,seria a cor deles?......

Gabriel Machado

sábado, 6 de novembro de 2010

Poesia,Covardia,Alegria

Um breve momento de paz quando abro mais uma vez as paginas da vida
Por um breve momento sinto que minhas mãos tocam um pedaço do céu
Mas de que adianta esconder que só consigo transmitir tristeza
Talvez seja isso que o ser humano aprecie,alguém que consiga transmitir dor

Desculpe mas não consigo expressar desejo ou sonho algum em versos
Apenas reais sentimentos e filosofias aplicadas por cada um em vida
De que adianta um poeta que ao menos sabe rimar,que ao menos sabe amar
Tentando se esconder em frases sem sentido e com um tom de sentimento

Me sinto no ápice da covardia,se escondendo atrás de uma folha e alguns grafites
Mas que outra maneira posso dizer que ainda sinto alguma coisa,que algo ainda vive em mim
As vezes me pergunto se esse sentimento que ainda me resta não seja apenas lagrimas
Talvez ainda seja algo que pode ser classificado como arte

Que essa morte do meu ser seja entendida como um luto,mas que pelo menos seja apreciada
Que eu possa fazer as pessoas sorrirem ,que os motivos para tanto pranto seja esquecido  
Que minhas fúnebres reflexões possam consolar algum coração um dia
Mas que algum coração um dia consiga consolar minhas tristes poesias

Gabriel Machado